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Thiago e Luciana - 28/08/2007

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Mensagem por Gabriel Qui 24 Jan 2008, 8:03 am

Primeiro vou falar um pouco de nós.

Eu e a Jú nos conhecemos a 3 anos e meio atras e a mais de 1 ano moramos
juntos...entramos com o processo de imigração em maio/2007 como
"conjoint de fait" (união estável)...
Minha formação começou com um Curso Técnico em Saneamento, no CEFET-GO, em
seguida me graduei em Tecnologia em Saneamento Ambiental, pela Unicamp
e hoje faço Mestrado em Ciências da Engenharia Ambiental na USP e
Especialização em Educação e Ação Social para o Desenvolvimento
Sustentável na PUC. Fui para a entrevista com 250 hs de curso de
Francês.
A Jú fez um Curso Técnico em Eletrônica na ETESP-SP, depois se graduou em Saneamento Ambiental
pela Unicamp (estudamos juntos) e hoje faz Mestrado em Geociências
também na Unicamp. Com 200 hs de francês completas no momento da
entrevista.
Minha experiência profissional foi de dois anos em pesquisa voltada para o
tratamento de resíduos industriais têxteis e de petróleo, e mais um ano
de pesquisa no campo de Análise de Ciclo de Vida. Atualmente, já a um
ano e meio, trabalho como Coordenador de Recursos Hídricos e
Fiscalização Ambiental em uma prefeitura da Grande São Paulo.
A Jú tem experiência em pesquisa sobre Análise da Qualidade do Ar utilizando Bioindicadores e em Geofísica Ambiental.

Para a entrevista preparamos um projetinho que foi fundamental para nosso
sucesso nesta etapa (sim! Conseguimos o CSQ!). Pretendemos postar o
projeto na íntegra para que possam utilizar a vontade assim que
conseguirmos reduzir o tamanho o suficiente para anexarmos no Blog.
Outra coisa que fizemos foi pesquisar vagas de emprego na nossa área e
separarmos as vagas nas categorias: 1 – Vagas para ocupação Imediata
(pouco francês e sem necessidade de reconhecimento de diploma); 2 –
Vagas para Ocupação após Estudo da Língua (vagas que precisam de
francês mas não do reconhecimento do diploma); 3 – Vagas para Ocupação
Futura. Esta divisão foi realmente muuuito importante, no depoimento da
entrevista vocês saberão o porque.
Levamos ainda vagas para voluntariado, uma mapa da cidade de Laval (onde
pretendemos morar), apartamentos para alugar na região que escolhemos
em Laval e documentos demonstrando o que fazemos nos trabalhos pelos
quais já passamos.
Com tudo isso na mão fomos para um hotel.

Hospedagem
Apesar de morarmos em Guarulhos decidimos ficar em um hotel em São Paulo
perto do Crowne Plaza para evitar o trânsito da Dutra, afinal... se
saíssemos muito cedo e não tivesse trânsito, esperaríamos muito tempo,
o que aumenta muito a ansiedade, e se pegássemos trânsito ficaríamos
nervosos para a entrevista, por isso, mesmo que vocês morem
relativamente perto recomendamos ficar num hotel (menos o São Gabriel,
que é barato mas é meio “muquifento” rs).


Agora sim, nossa entrevista...

Após um litro de Ades, alguns pães de queijo e a escova da Jú no
cabeleireiro da esquina, chegamos no Crowne Plaza por volta das 9:40
hs, nossa entrevista estava marcada para as 10:00 hs da manhã e ainda
deu tempo de passarmos no banheiro antes de pedirmos para a
recepcionista nos anunciar ao Sr. Carl Teixeira (evitem o frango
grelhado do restaurante da esquina!!).
Fomos anunciados às 9:55 hs e exatamente às 10:00 hs estávamos em frente à
sala preparada para a entrevista. O Sr. Carl Teixeira é uma cara
relativamente jovem (uns 35 anos), usava cavanhaque e um terno bem
alinhado, contrastando com um par de sapatos já meio surrado. A sala
era grande e bem decorada, com uma mesa de vidro no centro bem grande,
um laptop e uma pequena impressora (quebrada) no canto.
Logo que chegamos fomos recepcionados com um sotaque quebecois bem acentuado, felizmente ouvimos bastante Rádio Canadá (http://www.radio-canada.ca/audio-video/index.shtml)
e não sentimos dificuldade nem com a velocidade que ele fala nem com
seu sotaque. Logo no começo da entrevista perdemos o medo, porque vimos
que dava pra entender bem o que o entrevistador falava.
Ele começou solicitando o e-mail que recebemos confirmando nossa entrevista (não se esqueçam de imprimir levar!), nossos passaportes e foi conferindo os formulários. O formulário de
aplicação foi conferido item a item, de endereço a data de nascimento,
sempre em francês.
No item de qualificação profissional ele foi conferindo os diplomas e
histórico do nível mais baixo para o mais alto, mostramos também
comprovantes do mestrado e da especialização, apesar de não estarem
concluídos e portanto não contar ponto foram bons para demonstrar que
pretendemos imigrar já com estes cursos no currículo.
Assim que apresentamos o diploma da graduação o Sr. Carl Teixeira disse com certo desdém:
“Toda semana vejo uma universidade diferente por aqui...”
Hahaha....
Ainda bem que num sabia falar nenhum palavrão em francês, afinal de
contas.... a graduação na Unicamp e o Mestrado na USP tem nos custado
boas horas de sono!
Mas aí..... entrou o bom preparo da Jú e uma sacada que tive na hora....
“Jú.... pega por favor o folheto da universidade para o Sr. Teixeira”
Enquanto ele folheava o panfleto eu ia contando sobre a universidade, fazendo
uma p*** propaganda, rs. Quando depois de um minuto folheando o
panfleto ele solta um....
“Je suis etonant!!!!
O Sr. abriu a boca.... e ainda com a boca aberta complementou:
“Ce-est en Francais!!!”

Em bom português ele teria dito:
p*** que pariu! Ta escrito em Francês!!!

(agradecemos ao trabalho da Coordenadoria de Relações Institucionais e
Internacionais da Unicamp, que produz e disponibiliza aos alunos este
folheto em quatro línguas diferentes!)

Daí pra frente começamos a bombardear ele com o material que havíamos
preparado... ele começou a perguntar sobre o que fazíamos no trabalho e
o que havíamos feito. Apresentei um exemplar de cada coisa que faço,
desde a elaboração e coordenação de projetos, passando pelos desenhos
em AutoCad e pereceres na área de fiscalização, depois os artigos da
época que trabalhei com pesquisa, sempre acompanhados das cartas das
instituições que passei atestando o trabalho que fiz. Com a Jú foi a
mesma coisa, ela apresentou todos os artigos e alguns relatórios de
conclusão das pesquisas, sempre falando em francês.
Em seguida nos foi perguntado se havíamos pesquisado sobre mercado de
trabalho, dissemos que sim e apresentamos as vagas pesquisadas.
Elas estavam separadas entre vagas para mim e para a Jú, sendo que primeiro
apresentamos as que poderíamos ocupar logo que chegássemos ao Quebec,
em seguida as que precisaríamos estudar mais francês e por último as
que precisaríamos de mais experiência ou do reconhecimento dos
diplomas. Quando o entrevistador viu que tínhamos consciência desta
necessidade de adaptação para as vagas disse que estávamos bem
organizados e passou direto, sem nem mesmo olhar as vagas.
Foi então que o Sr. Teixeira me avisou que passaria a falar inglês porque
eu havia preenchido no formulário que falava inglês. Me foi perguntado
porque nós gostaríamos de deixar o Brasil, e como “todos” que ouvem
esta pergunta falei da violência, dando o exemplo do pai da Jú que foi
roubado em sua própria casa, na frente de toda a família mês passado, e
completei com as dificuldades de se trabalhar com meio ambiente no
Brasil. Nesta hora fui repreendido de que também seria assim no Canadá
porque meio ambiente sempre incita os ânimos dos empresários e
políticos por afetar diretamente as questões econômicas... não
discordei veementemente na hora, mas expus meu ponto de vista e falei
de algumas dificuldades que enfrentamos por aqui.
Voltando ao francês o entrevistador foi logo dizendo que eu havia sido
qualificado como francófono (valeu Patrick e Anselmo da Voltaire!!!!),
mas que estava em dúvida em relação à Jú... se ela seria classificada
como francófona ou se como intermediária interativa, e que isto ele
veria mais para frente (traduz-se, “se vocês precisarem de mais pontos,
ponho ela como francófona, se não... fica como intermediária
interativa). Aproveito pra reforçar minha admiração pela Jú, que
estudou, se dedicou e na hora da entrevista segurou a onda e falou tudo
perfeitinho!
Em seguida pra finalizar foi perguntado sobre a cidade que pretendíamos
habitar e porque (no caso Laval), justificamos nossa escolha e pedimos
para abrir o mapa que havíamos plotado para a entrevista (70 paus no
mapa e...), mas como já havia se passado bastante tempo ele achou
melhor não mostrarmos! (heheh... “toca logo esses nerds verdinhos
daqui!!!”)

Então ouvimos a famosa frase:

“Vou anunciar meu resultado”

O camarada fez uma pausa ainda, parecendo coisa do Silvio Santos e o baú da felicidade (ehhehe) e soltou:

“Vous êtes accepté au Quebec”

Ficamos super felizes! Mas acima de tudo aliviados! E a Jú, que não dormia a
três dias, pela primeira vez em três anos e meio juntos dormiu primeiro
que eu...
Agradecemos ao apoio os amigos e da família, que apesar de não nos quererem longe
ainda torceram por nós e nos deram forças, à Voltaire idiomas (www.voltaireidiomas.com.br)
principalmente ao Patrick e ao Anselmo, que trabalharam inclusive nos
domingos para nos preparar para a entrevista e que foram mais que
profissionais!
Bom, agora é seguir no caminho porque este foi apenas o começo!

Um abraço a todos!

Gabriel

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