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Fabiano Henriques - 26/10/2006

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Fabiano Henriques - 26/10/2006 Empty Fabiano Henriques - 26/10/2006

Mensagem por Ricardo Seg 28 Jan 2008, 1:52 pm

Oi pessoal,

Hoje (26/10) nós fizemos (eu e minha esposa) a nossa entrevista, e
faço questão de relatar a nossa entrevista, mas vamos começar pela
preparação:

A preparação:

1- Decidi imigrar para o Quebec com minha esposa depois que fomos
para a palestra que teve em Brasília com o M. Roche. Ele falou para
todos das possibilidades que o Quebéc oferece, o que realmente nos
empolgou.
2- No dia 29 de abril começamos a estudar francês (antes não
sabíamos nada). Eu trabalho muito e não tenho muito tempo para
estudar, a minha esposa tem menos tempo ainda e por isso não
tinhamos muito tempo para estudar. Tinhamos aulas de 2 horas aos
sábados, mas nós vimos que não era o suficiente e aumentamos para 4
horas por sábado. Até a entrevista tínhamos alcançado apenas 69
horas de aula, o que foi um enorme risco (no questionário que mandei
para Buenos Aires coloquei que tinha francês zero, e inglês 7 para
mim e minha esposa, pois falamos bem inglês)

3- No dia 11 de junho mandamos a nossa demanda para o escritório. E
em setembro recebemos o agendamento da temida entrevista.

4- A minha esposa separou todos os documentos em uma pasta com
saquinhos plásticos. Tinhamos diplomas, extratos de bancos, contrato
social de minha empresa e da empresa dela, passaportes e mais um
tanto de coisa....

5- Não tive tempo de ensaiar perguntas e respostas, o que eu acho
que foi um risco. Apenas li e reli bastante os depoimentos das
entrevistas do site www.brasilquebec.com.br . Aliás, tenho de
agradecer muito as dicas daquele site e desta lista.

A entrevista:

1- Nós chegamos em São Paulo na noite anterior, não queria arriscar
chegar no mesmo dia. Fomos para o IBIS da Paulista, hotel simples,
barato, limpo e a cinco quarteirões do Hotel da entrevista.

2- Acordamos por volta das 7:00 e começamos a nos arrumar. Saimos às
9 horas e às 9:10 estávamos no hotel. Nossa entrevista era às 10
horas.

3- Quando chegamos o casal da entrevista das 9 horas já tinha
entrado, mas havia uma menina que tinha entrevista às 11 horas que
já tinha chegado. Esse momento foi especial, conversamos com esta
menina o tempo todo até a nossa entrevista. Esta conversa serviu
para relaxar e não ficarmos tenso. Essa menina foi super simpática,
pena que ela estava um pouco desmotivada para ir para o Quebéc em
virtude da saúde do pai dela. Se ela estiver lendo este e-mail,
gostaria de desejar que o seu pai melhore rapidamente (vou fazer
uma oração por ele).

4- O Sr. Cousineau nos chamou, o casal anterior foi aprovado (depois
de 1:20 de entrevista), eles sairam sorrindo até para as paredes.

5- O francês dele é muito claro e fácil de compreender, começamos a
entrevista pelos passaportes. Ele sempre foi muito simpático e
brincalhão. Mostrei para ele os passaportes, os meus diplomas (tenho
nível superior e duas pós). E na seqüência tivemos a primeira
pergunta sem resposta, ele me pediu a minha declaração de imposto de
renda. Eu tinha esquecido de imprimir, mas eu tinha mandado junto
com as minha documentações. Expliquei para ele que eu tinha estas
informações em meu notebook e que poderia ir no Hotel, imprimir e
trazer se fosse o caso, mas ele preferiu continuar. Mostrei para ele
os contratos que minha empresa possui, recortes de jornal a respeito
de minha empresa para provar que eu tinha experiência. Ele achou
interessante e admirou muito o tanto que eu estudo para a minha
profissão. Até o momento a entrevista foi toda em francês, ele
falando um francês perfeito e eu falando "nós vai", "eu fomos", "nós
quê". Uma coisa eu não tenho medo, eu falo errado, mas eu não deixo
de falar. Não fico gaguejando, a minha esposa já estava ficando
nervosa do tanto de erros grosseiros que eu cometi.

Bem, agora chegou a vez de minha esposa. Ele perguntou dos diplomas
dela, da profissão (ela é dentista e tem uma pós), da experiência e
tudo mais. A minha esposa possui um francês pior que o meu (se é que
isto é possível - ela não admite que eu fale isso, mas é a pura
verdade). Agora veio a segunda pergunta sem resposta, ou com a
resposta errada. Ele perguntou para a minha esposa como ela fará
para fazer a equivalência de estudo. Nós tinhamos feito uma pesquisa
na internet, mas ele tinha outra resposta, ficamos discutindo um
pouco qual seria a resposta certa e a minha esposa falou que vai
buscar mais informações. A conversa foi ficando descontraída e ele
começou a soltar o portanhol, comentamos sobre os blogs da internet,
da mania de grampear a boca do pessoal e fomos indo. De repente
ouvimos a impressora, tinhamos sido aprovado.

6- Agora vem a parte mais polêmica e que vai nos fazer pensar muito.
Ele falou que precisávamos melhorar muito o nosso francês e procurar
melhor as informações sobre equivalência de estudos. Ele insistiu em
nos questionar por que queríamos ir para outro país e começar tudo
do zero se temos uma vida boa no Brasil com um bom salário e tal.
Ele nos falou que depois dos exames médicos nós temos apenas um ano
para ir (eu achava que eram 3 anos). Falou que era melhor irmos com
mais calma e nos prepararmos melhor, entrar na ordem dos Engenheiros
e dos Dentistas antes de ir. Sinceramente, isto mexeu conosco, eu e
minha esposa estávamos decididos a entrar com os papéis da parte
federal ainda hoje, mas resolvemos nos dar um tempo para pensar.
Decidimos que vamos primeiro melhorar o nosso francês e nos preparar
para fazer a nossa equivalência antes de irmos. Foi meio que um
balde de água fria, mas foi realista.

Observações finais:

1- Nós realmente estamos decididos a sair do Brasil. O nosso país
está violento, a educação vai de mal a pior, a corrupção não tem fim
e o futuro é muito nebuloso. A opinião do M. Cousineau mexeu
conosco, mas não mudou a nossa idéia. Hoje, eu e a minha esposa
estamos bem, mas eu realmente não sei por quanto tempo. Nós nos
matamos de trabalhar e a situação só tem piorado, o lucro de nossas
empresas só têm diminuído e os impostos aumentado. Tudo nós temos de
pagar duas vezes: INSS e Previdência Privada, Plano de Saúde; IPVA e
oficina dos nossos carros detonados pelos buracos; Impostos e Escola
Privada.... Fora a violência que já começou a explodir (moro em
Brasília - que era considerada uma cidade tranquila - e no mês
passado passei por um tiroteio, a polícia não se deu o trabalho de
investigar). A verdade é que não sei por quanto tempo vamos dar
conta de ficarmos aqui, e nós não queremos esperar pra ver as coisas
piorarem. Não vejo esperança nos próximos 15 anos.

2- O M. Cousineau não conhece o nosso país tão bem (e nós não
conhecemos o país dele tão bem), por isto ele nos afirma que se você
está numa situação confortável, é melhor não imigrar. Mas a minha
resposta é outra: Primeiro, não vejo futuro neste país
(infelizmente); Segundo, tenho de aproveitar para realizar mudanças
enquanto sou novo, não quero mudar de vida aos quarenta anos, com
meus filhos crescidos; Terceiro, eu acho que o M. Cousineau, como
funcionário público, possui uma estabilidade que o torna avesso à
mudanças.

3- Não vou ignorar a opinião de alguém que conhece tão bem a
imigração. Vou me preparar exaustivamente antes de partir, estudar
francês, entrar com os meus documentos para fazer equivalência de
estudos, pesquisar mais informações etc. Não quero trabalhar como
faxineiro, cozinheiro e outros sub-empregos, quero praticar a minha
profissão. Por isto vou dar um tempo antes de entrar na parte
Federal, quero estudar mais, mas eu decidamente vou.

4- Esta é polêmica: o pessoal do Canadá realmente não precisa de
dentistas. Quando a minha esposa falou que era dentista, a coisa
mudou. Ele falou que o mercado não é bom para dentistas, falou da
necessidade de trabalhar de 7 da manhã às 9 da noite e assim vai....
Me desculpem falar, mas que profissão complicada, parece que tem um
dentista a cada esquina (seja no Brasil ou no Canadá). O contrário é
para engenheiros, pelo menos isto.

5- Agradecimentos: Tenho de agradecer demais à vocês por esta troca
intensiva de informações, isto tem me ajudado muito. Conselho
importante é que se preparem muito não apenas para a entrevista, mas
para esta mudança de vida.

Abraços,

Fabiano

Ricardo
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